Tenho apresentado em meu Processos de Coaching e de consultoria modelos de feedbacks e muitas vezes percebo que isso é ainda algo que é realizado de forma equivocada por muito de meus clientes.
Então hoje resolvi falar um pouco sobre feedback. Vamos primeiro ao conceito em si:
O que é feedback?
Feedback é uma palavra inglesa que significa realimentar, retro-alimentar ou dar resposta a uma determinado pedido ou acontecimento.
Em nossa vida, tanto pessoal como profissional sempre estamos dando ou recebendo feedbacks, o problema é que nem sempre eles são realizados da maneira correta e isso pode gerar frustração tanto da parte que esta dando como por parte de quem o esta recebendo.
Feedback, segundo o especialista em gestão comportamental aplicada ao mundo dos negócios Luiz Fernando Garcia, não é queixa, bronca, conselho ou mesmo lição de moral. Ele é, na verdade, (ou deveria ser) uma ferramenta para que comportamentos impróprios sejam alterados e as relações entre pessoas se tornem mais fáceis. (7-passos-para-um-bom-feedback – Época Negócios)
Existem duas situações que o feedback pode gerar frustração:
- Quem dá um feedback e não vê melhorias no que ele solicitou acha que a pessoa que o recebeu não está nem ai;
- Quem recebe o feedback e não consegue perceber algo positivo nele e sim críticas.
Então como dar feedbacks que gerem resultados positivos? Bem temos algumas regras que devem ser seguidas e que vão lhe ajudar a dar um feedback que funcione, vamos a elas?
Regras de ouro para o Feedback eficaz
A metodologia descrita abaixo é parte do programa Executive Coaching da Sociedade Brasileira de Coaching.
- Descritivo – (não julga nem avalia)
Descreva o comportamento ou o acontecimento exatamente como ocorreu, sem fazer juízo de valores. Não utilize palavras com ruim, mal, decepcionante, lamentável, péssimo e outras do gênero que vão expressar um julgamento negativo. Quando julgamos, esquecemos que nós e que damos significado às coisas. Nada por si só possui algum teor emocional. - Específico (não seja generalista)
Que comportamento deve ser melhorado ou aprimorado – seja específico. - Foque na necessidade do receptor (não do emissor)
Pode ser difícil oferecer feedbacks em momentos nos quais tudo esta de cabeça para baixo, mas devemos estar cientes de que o feedback busca a melhoria do comportamento. Ele não foi feito para extravasar a raiva, decepção ou qualquer emoção emoção negativa. - Voltado para o comportamento ( não para a identidade)
É a pessoa ou o comportamento que deve ser aprimorado? Somos mais do que nossos comportamentos. Possuímos mais recursos do que somos capazes de utilizar. Não é a pessoa que tem algum “defeito”, o problema está naquilo que ela esta fazendo. Um dos maiores medos do ser humano é o da rejeição. Quando focamos na identidade, ou seja, na pessoa, por meio de frases do tipo: “você é desajeitado”, ou “você é muito teimoso”, colocamos nosso interlocutor na defensiva. Temos que aprender a separar o que a pessoa faz do que ela realmente é. - Solicitado e bem recebido (não imposto)
Se você quer fazer uma bela colheita, precisa de terra e sementes saudáveis. O mesmo se dá no processo de feedback. O receptor deve entender que o feedback (semente) é algo positivo e a obrigação do emissor é criar o melhor clima possível (terra) .Ao perguntar, por exemplo: “Existe algo que eu gostaria de com você sobre o evento X. Acredito que você irá melhorar sua perfomance nas próximas vezes. Você está disposto a ouvir o que eu tenho a lhe dizer? – O interlocutor não sente que irá ouvir algo prejudicial e, assim, não se coloca na defensiva. - Rápido (logo após o evento)
O feedback trata de detalhes de comportamento. Quanto mais demoramos para falar do assunto em questão, maiores as chances de o interlocutor esquecer pontos cruciais e até mesmo duvidar que as coisas aconteceram de forma como você está dizendo. - Validado (checado)
Não percebemos que existe uma diferença entre ouvir e escutar. Ouvir efetivamente significa entender e observar as informações transmitidas. Saber ouvir de maneira efetiva não é fácil. Quando perguntamos ao nosso interlocutor: “Então na próxima vez, o que você fará de diferente?” – checamos se a pessoa ouviu ou simplesmente escutou.
Se o seu interlocutor começar a se justificar diante de algo que você está dizendo, é a evidência de que algumas das regras acima não foram atendidas. Pare, pense nas melhorias necessária e ofereça um feedback de qualidade para você mesmo para você mesmo.
Abaixo você confere um infográfico que pode lhe ajudar na hora do seu feedback:
Então é isso, espero que estas regras lhe ajudem e possam melhorar o seu relacionamento com sua equipe e mesmo amigos e parentes.
Forte abraço.
Marcos Rocha
Referências:
O PASSO A PASSO PARA UM BOM FEEDBACK Disponível em http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Carreira/noticia/2012/06/7-passos-para-um-bom-feedback.html Acesso em 09/05/15
- Executive Coaching – Pag. 117. Villela da Matta e Flora Victoria.
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